data-filename="retriever" style="width: 100%;">Não quero que comparações sejam de minha exclusividade. Cada um ao ler e lembrar, por ser correto, ainda que não responda por escrito, faça em seu próprio pensamento e compare. Pode ser que nada mude, mas recordar é viver, ainda que o passado não exista mais e jamais volte.
Sem saber a causa, acordei - noite dessas - e fiquei tempo e nessa situação, aproveitando para recordar tempos idos e saudosos junto a amigos em nossa Primeira Quadra Santa-Mariense, hoje denominado Calçadão. Nesse ontem já distante, lojas e lojas de variados produtos e ofertas pertenciam à famílias conhecidas e no mais das vezes amigas de nossos pais. Éramos sempre atendidos com carinho e uma certa familiaridade. Todos nos conhecíamos e orgulhosos desse tipo de convivência. Assim era na Farmácia Probus, no Unibanco, no Café Cristal, na Confeitaria Segala (hoje Copacabana), na Malharia Caxias, no Banco do Comércio, no Café Liberdade, na Casa Primavera, na Casa Roth, na Livraria Dania, na Livraria do Globo, na Confeitaria Pezzi, na Casa Lopes, na Casa Macedo, na Joalheria Pereiron, na Casa Lang, na Casa Eny, na Central de Máquinas, na Casa das Linhas ,na Loja dos Irmãos Ugalde, na Casa Paris, na Casa Rio, na Sibrama, na Casa Binato, óbvio em alguns consultórios Médicos e Odontológicos e no alto do Prédio do Café, à Sociedade Libanesa e mais tarde um pouco à Rádio Guarathan que depois mudaria para os altos da Galeria do Comércio, bem mais nova, assim como a Galeria Chami.
Lembro ainda do Hotel Kroeff (acho que ara assim a grafia) que ocupava o terreno da 1ª Quadra até a Venâncio Aires! Se esqueci alguma loja, perdão pois não é tão fácil para uma só memória! Mas não posso esquecer que muito antes teve também a Cipra, que depois mudou de lugar e passou a se chamar Sulbra.
Mas após esse esforço para citar o comércio de ontem no nosso hoje calçadão, ressalto a grande importância desse local. Lembrando que por ali trafegavam veículos, em momentos no sentido 7º Regimento de Infantaria para o Centro e em outros - pois essa era a grande mudança de sentido feitas de tempos em tempos no nosso trânsito - do Centro para a descida da Bozano.
Lembremos que ocorria, ao contrário, no mesmo tempo na Venâncio Aires. Eram tentativas de acerto. Volto ao assunto ressaltando, repito, a importância da 1ª Quadra da Dr.Bozano na vida da cidade e nas nossas vidas. Era o local, sempre foi, dos encontros com amigos, com namoradas e delas com os namorados e amigas, enfim, com toda a gente. Ao sairmos do Cinema Imperial (hoje Casas Eny) nas seções noturnas de Domingos e Feriados e tempos depois, também do Cine Independência (hoje Camelódromo) nos dirigíamos, quase que todos, para assistir ao desfile das moças lindas e maravilhosas da Nossa Santa Maria. Ficavam os rapazes nas calçadas dos dois lados da rua e bem no meio dela, com o trânsito fechado naquelas horas, as belezas desfilando em um ir e vir pela rua da esquina com a Praça Saldanha Marinho e da outra ponta (lado) com a Rua Floriano Peixoto.
Tudo isso ao som das canções da época, ofertadas, cortesmente, pelos Irmãos Ugalde em um serviço sem propaganda e gratuito, que quando desligava, era quase que o sinal para que o movimento terminasse e que os assuntos fossem encerrados e, mais, que era o momento de nos recolhermos. Acho que era mais ou menos às 10h e 30min (ou melhor, 22h e 30min)!
Não faço comparações com o hoje, pois os que não eram daquela época não poderiam participar, mas indago: "Qual a possibilidade de o nosso, hoje, Calçadão ficar mais bonito e atrativo? Será que depois da reforma?" Tomara! Um abraço a todos!
Texto: Bira Alves
Jornalista
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